segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O CANGACEIRO (Brasil, 1953) ****

Direção: Lima Barreto. Com: Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro, Vanja Orico, Adoniran Barbosa. Aventura, 94 min.

Vencedor do prêmio de melhor filme de aventura e Menção Especial pela música Muié Rendera no Festival de Cannes de 1953 e vários outros prêmios nacionais e internacionais, este foi o primeiro êxito internacional do cinema brasileiro, com diálogos da escritora Raquel de Queiroz (O Quinze), foi exibido no exterior como “The Bandit”, deu início ao ciclo do cangaço que duraria mais de duas décadas e fez tanto público que pagou duas vezes as dívidas de sua produtora Vera Cruz, que fecharia as portas no ano seguinte. Foi refilmado em 1997 com menos êxito.

O bando do capitão Galdino (Milton Ribeiro) espalha o terror pelas redondezas e com a intenção de pedir um alto resgate, rapta a bela professora Olívia (Marisa Prado) que acaba conquistando o amor de Teodoro (Alberto Ruschel) e causando a ira de Maria Clódia (Vanja Orico), mulher de Galdino e também apaixonada por Teodoro.

Muito mais que um filme de aventura para o público masculino sobre as desventuras de um bando de cangaceiros, “O cangaceiro” é no fundo um filme de amor. A história de Teodoro e Olívia é que move a trama, quando ele decide libertá-la, levando-a pelos campos até sua casa enquanto são perseguidos pelo bando de Galdino. Entre as várias paradas que fazem pelo caminho, deixam o amor desabrochar e percebem que não podem viver um sem o outro, mesmo sabendo que sua história parece fadada ao fracasso. É emocionante a cena final em que Teodoro é pego e Galdino concorda em deixá-lo andar normalmente e receber um tiro de cada um dos 23 cangaceiros e se nenhum desses tiros o acertar, ele estará livre.

Não vou negar que até há pouco tempo tinha um pouco de preconceito com o filme, mas qual não foi minha surpresa ao descobrir que é uma pérola imperdível do cinema brasileiro. Adorei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário