terça-feira, 12 de janeiro de 2010

UM SHOW DE VERÃO X GAROTAS E SAMBA


Assisti semana passada a “Um show de verão” com Angélica e Luciano Huck, exibido na Sessão da Tarde e à chanchada “Garotas e samba” com Renata Fronzi, Sônia Mamede e Zé Trindade. Foi quando me dei conta que o filme da Angélica tenta imitar as velhas chanchadas da Atlântida, com a inclusão de números musicais de cantores famosos da época entre as falas dos atores.

Um show de verão e´ a história de uma moça (Angélica) que trabalha como atendente de telemarketing, mas parece ter talento como cantora, o que um produtor (Luciano Huck) tenta convencê-la. Os dois começaram o romance durante as filmagens. No meio dessa historinha boba são inseridos dezenas de números musicais como Lulu Santos, Capital Inicial, Jota Quest, Cidade Negra, Gabriel – O pensador, Detonautas, COM 22, Felipe Dylon e vários outros, todos cantando músicas feias e sem graça, inclusive as de Angélica. O filme foi dirigido por Moacyr Góes que é rápido nas filmagens e em poucos anos fez vários filmes, mas errou em muitas coisas, principalmente por inclui cenas de erotismo e alguma nudez num filme que seria endereçado às crianças e talvez por causa disso, tenha sido um fracasso de bilheteria e não é adequado para o horário da Sessão da tarde. O cinema não precisava de Um show de verão.


Garotas e Samba é a história de duas amigas do interior que sonham em fazer sucesso no rádio e vão morar em uma tradicional pensão para moças, controlada por uma puritana vivida pela saudosa Zezé Macedo, que é a melhor coisa do filme. A situação se complica quando uma delas se apaixona por um rapaz do rádio. O filme tem momentos engraçados como as peripécias de Zé Trindade para trair a esposa, o jeito espalhafatoso de Renata Fronzi que parece um homossexual no corpo de uma mulher e as vozes esganiçadas de Sônia Mamede e Berta Loran. Os números musicais intercalados com a história são de Joel de Almeida, César de Alencar, Nora Ney, Isaurinha Garcia e Francisco Carlos, nenhum deles muito famoso ou cantando algo que preste. O filme resulta longo com mais de 100 minutos de duração e com certeza não está entre as melhores chanchadas da Atlântida.


Parece uma heresia comparar “Um show de verão” às chanchadas que são um gênero querido pelo público que até hoje as revê no Canal Brasil, mas na realidade esses dois filmes são muito parecidos. Claro que no futuro ninguém terá saudades do filme de Angélica, ou dos filmes da Xuxa, como “Popstar” ou “Requebra” que usavam do mesmo artifício, como tem saudados das chanchadas que nos deram clássicos como “Nem Sansão, nem Dalila”, “O homem do Sputinik” e “A baronesa transviada”. Mas não vamos negar que a chanchada também produziu filmes chatos com histórias bobinhas e que às vezes eram usadas só para promover algum cantor da moda. Até naquela época para do público tinha um pouco de preconceito com o gênero e o achava menor se comparado aos filmes da Vera Cruz ou do Cinema Novo.

Já gostei de várias chanchadas e até de alguns filmes musicais da Xuxa, mas não foi o que aconteceu com os filmes analisados aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário