segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ROCKY BALBOA (EUA, 2006) *** ½

Sempre fui fã de Sylvester Stallone, por isso fiquei decepcionado quando ele falou mal do Brasil há pouco tempo durante a Comic Con (feira de quadrinhos dos Estados Unidos), fazendo referência ao filme “Os Mercenários”, que ele filmou por aqui no ano passado. Stallone demonstrou ser mal agradecido já que sua carreira não está mais no auge e luta por um sucesso a qualquer custo e o Brasil é (ou era?) um dos poucos países que ainda gostam de seus filmes e o acolheu de “braços abertos” para essa nova empreitada. Parece que além de um pedido de desculpas ele ainda tinha ficado devendo mais de R$ 3 milhões para a produtora O2 Filmes de Fernando Meireles, que é co-produtora do filme. Ele explicou suas declarações para o Fantástico do domingo passado, dizendo que tudo não passou de um mal entendido e só queria parecer engraçado.

Por isso foi com má vontade que me aventurei a assistir o último capítulo da saga de Rocky Balboa, que teve início em 1976 com o filme dirigido por John G. Avildsen e com roteiro do próprio Stallone, que venceu o Oscar de melhor roteiro naquele ano. Ele dirigiu os três filmes seguintes e Avildsen aparentemente tinha encerrado a série em 1990, mas Stallone ainda tinha algo a dizer sobre Rocky e em 2006 roteirizou e dirigiu esse filme que me surpreendeu por ser um dos mais sensíveis e melhores da série.

Rocky agora é dono de um restaurante e sofre com a perda do mulher, vítima do câncer e com o filho que se sente invisível debaixo da sombra do pai. Em um momento Rocky chega a chorar, mas não desiste de seus sonhos: investe em um romance com uma vizinha e alimenta o sonho de voltar a lutar.

Devo confessar que tenho ressalvas quanto a filmes sobre disputas esportivas, pois o protagonista sempre vence no final, mas este é diferente. Só há uma luta e o final é mais para ressaltar a redenção do personagem do que para qualquer outra coisa. E além disso, o filme ainda traz uma lição de vida. Numa conversa com o filho, Rocky diz que “Ninguém baterá tão forte quanto a vida, mas isso não se trata do quão forte pode bater, se trata do quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente.”

Talvez Stallone ainda tenha uma nova chance.


Nenhum comentário:

Postar um comentário