Janet Leigh em Psicose |
O suspense foi definido por Alfred Hitchcock como a técnica de fornecer ao espectador informações que os personagens desconhecem. E Alfred Hitchcock foi considerado o mestre do suspense, consagrado pela crítica, pelos outros cineastas e pelo público, com filmes do “calibre” de Rebecca, a mulher inesquecível (1940), Pacto Sinistro (1951), Disque M para matar (1954), Janela indiscreta (1954), O homem que sabia demais (1956), Um corpo que cai (1958), Intriga internacional (1959), Psicose (1960) e Os pássaros (1963).
Os discípulos diretos de Hitchcock são Steven Spielberg, que iniciou carreira com o magistral filme para a Tv, Encurralado (1971), em que um caminhão tanque persegue um homem num carro, mas nunca conseguimos ver o rosto do vilão, e depois com Tubarão (1975), e Brian de Palma, que dirigiu vários suspenses como Vestida para matar (1980), Um tiro na noite (1981), Dublê de corpo (1984), O pagamento final (1995) e Olhos de serpente (1998).
Cena de Blow UP - Depois daquele beijo |
Mas foram vários os diretores que assustaram o público com seus filmes, como Sidney Lumet (Assassinato no Expresso Oriente, baseado no livro da mestre do suspense Agatha Christie), Michelangelo Antonioni (Blow Up – Depois daquele beijo), Neil Jordan (A companhia dos lobos, A premonição, Traídos pelo desejo), Lawrence Kasdan (Corpos ardentes), Roman Polanski (O inquilino), Robert Harmon (A morte pede carona), Jean Jacques Annaud (O nome da Rosa), Billy Wilder (Pacto de sangue), Robert Aldrich (O que teria acontecido a Baby Jane?), Sam Peckimpah (Sob o domínio do medo), David Lynch (Veludo azul, Twin Peaks, Duna, A estrada perdida), Costa Gravas (Desaparecido – Um grande mistério).
Muitos confundem suspense e terror, já que os dois gêneros são muito parecidos, mas alguns especialistas o descreveram. O terror estimula instintos básicos como o medo diante do desconhecido, a repulsa diante dos monstros, o nojo, a morte, o sobrenatural, já o suspense envolve o espectador que participa como cúmplice dos personagens em situações naturais (ou nem tanto) e há a possibilidade de salvação, geralmente no último minuto.
Mas Os pássaros (1963) de Hitchcock seria um filme de suspense ou de terror? Hoje em dia o cinema distorceu essas definições e não é tão fácil separar os dois, já que o terror não é mais provocado só por causas sobrenaturais, por personagens que já morreram e retornaram para se vingar ou possuir o espírito de alguém. Wes Craven provou isso na série Pânico em que os assassinos não eram de outro planeta ou dimensão. Os exemplos são vários, mas talvez separar os gêneros não seja tão importante, o melhor é se assustar, seja com filmes de terror, suspense ou de mistério, desde que façam pensar, o que o cinema atual não anda fazendo.
Mais um post que eu amei. Como fã de Edgar Allan Poe, posso dizer que ele já era um mestre no gênero, muito antes de inventarem o cinema. Os filmes do Hitchcok nem é preciso comentar. Todos bárbaros, e geniais. Os Pássaros, Disque M Para Matar, refilmado com Michael Douglas e Gwyneth Paltrow, e Encurralado,do Spilberg, simplesmente imperdível; Brian de Palma,
ResponderExcluirnossa, demais! Adorei Vestida para Matar, e Dublê de Corpo, me lembro até hoje do nome da personagem: Gloria Revel. Excelente! A Morte Pede Carona, com Rutger Hauer, ótimo! Veludo Azul, O Nome da Rosa, retirado da literatura, sem comentários, e todos os outros citados. Sobre suspense X terror, o suspense é para mexer com a mente, o terror é para assustar, faz a gente virar a cara para não ver.
Eu digo que todo filme de terror tem suspense, mas filme de suspense não tem terror. Genial o que você disse sobre "fazer pensar". Nem o cinema atual, nem os filmes mais antigos também. O terror antigo era pior ainda, eu acho.