quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A TORTURA DO SILÊNCIO


Um dos filmes menores e consequentemente menos conhecidos de Alfred Hitchcock é A tortura do silêncio. Montgomery Clift dá um show de interpretação como um padre que ouve a confissão de um sacristão que acabou de matar um advogado, mas como ele não pode revelar nada do que ouviu em confissão, fica atormentado.

Depois do crime, descobrimos que o padre foi apaixonado por uma mulher (Anne Baxter) antes de ser ordenado e de ir para a guerra. Agora essa mesma mulher retorna para tentar defendê-lo, já que ele é o principal suspeito, pois o sacristão estava usando uma batina na hora do crime.

Parece simples solucionar o problema: para se inocentar, o padre poderia revelar o que ouviu, mas fazendo isso seria expulso da igreja e não sendo mais padre, retornaria o grande amor de sua vida. Mas aí o filme não existiria, pelo menos não como um longa-metragem. É muito mais interessante os meandros criados por Hitchcock para mostrar a dedicação desse homem convicto de seu papel e disposto a agüentar as conseqüências advindas de um dos dogmas desse seu papel, bem como a fé que as coisas se resolveriam da melhor forma possível. Claro que não muito crível, principalmente nos dias atuais. Será que qualquer um de nós agiria como o padre?


A censura proibiu o desenvolvimento do romance do padre com sua amada, o que fez com que a sua dedicação e determinação em não trair os votos que fez, fosse ainda mais louvável. Interessante é também o amor que o marido de Anne Baxter sente por ela. Ele sabe que a esposa é apaixonada pelo padre, mas mesmo assim ainda faz o possível para inocentá-lo.

Hitchcock faz aparição logo depois dos créditos iniciais, cruzando uma escada. Ele revelou que nessa época começou a fazer suas habituais participações logo no início do filme, para que o público não ficasse disperso da trama central, esperando ele aparecer.




5 comentários:

  1. Não sei se é um "Hitchcock menor", mas vale a pena ser (re)descoberto.

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  2. Me referi a A TORTURA DO SILÊNCIO como sendo um filme menor de Hitchcock por ele não ser tão conhecido como Psicose ou Um corpo que cai, mas mesmo assim não deixa de ser imperdível e que merece ser visto ou revisto.

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  3. Assisti por recomendação e, como nao poderia deixar de ser, me surpreendi.. O dilema é muito bem tratado.

    ;D

    Sucesso!

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