terça-feira, 25 de outubro de 2011

AS FILHAS DA CHIQUITA


O que poderia acontecer se mais de 4 milhões de católicos se encontrassem com 40 mil gays? É a pergunta que tenta responder esse documentário de média-metragem produzido em 2006, durante o Círio de Nazaré que acontece todos os anos no mês de outubro em Belém do Pará. Só que no mesmo dia do Círio também acontece a festa da Chiquita onde milhares de gays se reúnem. Eles esperam a procissão passar para começar sua festa, mas mesma assim a polêmica está armada. E a situação só piorou quando o IPHAN em 2004 fez o registro da festa da Chiquita como parte do Círio de Nazaré, o que irritou padres e fiéis.

Fé e pecado se misturam aos olhos dos mais fanáticos que se acham superiores. O filme alterna depoimentos das duas partes, para que se conheça os dois lados da moeda. Os gays só parecem querer se divertir, sem nenhum sacrilégio ou desrespeito à imagem de Nossa Senhora de Nazaré, enquanto alguns católicos não vêem dessa forma. A mais preconceituosa e intolerante é uma velhinha que diz que o pecado do gay é maior do que o de um assassino por ele saber o que está fazendo, enquanto o assassino poderia agir por impulso ou de cabeça quente. O depoimento de um padre não é muito diferente.

No meio de toda essa polêmica, os participantes acabam tentando traçar um painel sobre ser gay e as possíveis causas e consequências disso frente ao preconceito da maioria. Há alguns depoimentos animadores de pessoas simples que expõe o direito que cada um tem de ser o que é.

O filme que foi feito sem patrocínio abre com a música "A filha da Chiquita Bacana" de Caetano Veloso e se encerra com "Chiquita Bacana" de Carmem Miranda que eu não sabia que era tema desse filme, mas que não saiu da minha cabeça desde que li sobre o filme pela primeira vez.





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