sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CONSCIÊNCIA NEGRA


20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Muitos não sabem, mas o Brasil é atualmente o segundo país do mundo em população negra, superado apenas pela Nigéria e a frente da Etiópia, do Congo e da África do Sul. 

Favela dos meus amores (1935) de Humberto Mauro foi o primeiro filme brasileiro a tratar do assunto, mas mesmo assim a maioria dos atores é branca ou morena clara. O filme foi censurado por mostrar muitos pobres e consequentemente negros. Que absurdo! Como se isso devesse ser escondido.


O ébrio (1945) de Gilda de Abreu também trazia três personagens negros, mas todos estereotipados em papéis de empregados ingênuos e inverossímeis de tão bondosos.

As chanchadas sempre trouxeram vários personagens negros, mas a maioria também de forma estereotipada. Em O caçula do barulho (1949), um comediante  branco se recusa a seduzir uma criada negra e gorda porque a acha parecida com um chimpanzé. Em E o mundo se diverte (1949), um negro atende o telefone e uma mulher pede que ele se descreva e ele diz que é loiro, bonito e de olhos azuis. A dupla do barulho (1953) mostra o problema racial nitidamente. Nele, uma dupla de comediantes (um branco e um negro), o negro sente-se preterido, abandona tudo e torna-se alcoólatra. 


Mas antes disso, Também somos irmãos (1949), já tinha tratado do assunto. São dois irmãos negros, um advogado e outro marginal e esse segundo sente na pele o preconceito racial por não ter a mesma posição do irmão. Rio zona norte (1957) e Bahia de todos os santos (1960), influenciados pelo neorealismo italiano também tratavam de personagens marginais.

Pode-se destacar também Sinhá Moça (1953), Barravento (1960), Ganga zumba (1964), Compasso de espera (1964), Um é pouco, dois é bom (1970), O amuleto de Ogum (1974), Xica da Silva (1976), As aventuras amorosas de um padeiro (1976), Tenda dos milagres (1977), A deusa negra (1979), Na boca do mundo (1979),  A longa noite de prazer (1984), Chico rei (1985), A negação do Brasil, Atabaque Nzinga, As filhas do vento (2005), Vamos fazer um brinde (2011),

O livro O negro no cinema brasileiro de ficção de João Carlos Rodrigues, trata especificamente do assunto.




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