Sei que o Gilberto Cinema não é um blog sobre
saúde, mas esse é um assunto que gosto muito e sempre procuro falar sobre ele aqui. O filósofo Arthur Schopenhauer (1788 - 1860) já dizia que 9/10 de nossa felicidade depende de nossa saúde. Com ela tudo se torna fonte de deleite, mas sem ela nenhum bem exterior é fruível (nem mesmo o cinema completo eu).
O assunto escolhido para hoje é a
doação de medula óssea que muitos desconhecem como é feito o procedimento e
pensam que pode ser arriscado para sua saúde, pois confundem medula óssea com
medula espinhal e acham que a medula será extraída de sua coluna vertebral e
que isso pode impossibilitá-las depois. O que não é verdade.
A medula espinhal é formada de tecido
nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna vertebral e tem a função de
transmitir os impulsos nervosos a partir do cérebro para todo o corpo. Já a
medula óssea é um tecido líquido gelatinoso que ocupa o interior de todos os
nossos ossos e é mais conhecida como tutano. Na medula óssea são produzidos os
componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos
(glóbulos brancos) e as plaquetas.
Para se tornar doar de medula óssea
basta ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado de saúde, não ter
doença infecciosa ou incapacitante. Para se cadastrar como doador voluntário,
basta se cadastrar nos hemocentros. Depois de feito o cadastro do doador, é
retirada uma pequena quantidade de sangue (5 ml). O sangue será tipificado por
exame de histocompatibilidade (HLA), que é um teste de laboratório para
identificar as características genéticas que podem influenciar no transplante.
O tipo de HLA será incluído num cadastro. Os dados serão cruzados com os dos
pacientes que precisam de transplante de medula óssea constantemente. Se for
detectada a compatibilidade, o doador será consultado para confirmar se deseja
realizar a doação.
A doação é um procedimento que se faz
em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, dura em média duas horas
e requer internação por um mínimo de 24 horas. São realizadas múltiplas punções
com agulhas nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Nos três
primeiros dias pode haver certo desconforto no local das punções de leve a
moderado, mas isso pode ser amenizado com analgésicos.
E esse simples ato de amor, pode
salvar vidas. Em 2000 existiam apenas 12 mil inscritos no REDOME (Registro
Nacional de Doadores de Medula Óssea) e apenas 10% dos doadores eram
brasileiros. Agora há 1,6 milhão de doadores e esse percentual subiu para 70%.
O Brasil tornou-se o 3º maior banco do mundo, ficando atrás apenas dos
registros dos Estados Unidos (5 milhões) e Alemanha (3 milhões). Esse aumento
substancial se deveu aos investimentos e campanhas de sensibilização do
Ministério da Saúde junto a população e também à televisão.
Em 2000 foi ao ar a novela Laços de
família de Manoel Carlos e como a personagem de Carolina Dieckmann tinha
leucemia e precisava de um transplante de medula óssea, o público passou a
conhecer mais sobre o procedimento e se cadastrar como doador. Posteriormente
outros casos de famosos também sensibilizaram a população, como o da atriz
Drica Moraes que teve leucemia e o de Reinaldo Gianecchini que teve Linfoma
Não-Hodking e fez um auto-transplante.
O transplante é um tratamento
proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia
mielóide aguda, leucemia mielóide crônica, leucemia linfóide aguda e linfoma
Hodking e linforma não-Hodking, anemia aplástica grave, mielodisplasia, mieloma
múltiplo, adrenoleucodistrofia, doença de Krabbe e em alguns casos de Esclerose
múltipla e várias outras doenças consideradas raras.
Se esse post influenciar uma pessoa a se
tornar doador de medula óssea já foi útil, mas tomara que sirva para
influenciar a muitos e que todas as pessoas que precisam de transplante
encontrem um doador compatível.
Boa campanha!!!!
ResponderExcluirParabéns!
Que beleza de campanha, Gilberto. Também faço parte deste time. Sou doador. Um abraço...
ResponderExcluirQuando eu morrer, qualquer coisa que queiram aproveitar está à disposição. Mas tenho que lembrar que eu já tive hepatite. Nesse caso, a maioria dos médicos geralmente evitam aproveitar qualquer coisa, né?
ResponderExcluirObrigado Janice!
ResponderExcluirMaxwell, parabéns pela iniciativa. Que todos possam seguir o seu exemplo.
Léo, que bom que você está disposto a doar seus órgãos quando morrer. Tomara que a hepatite não atrapalhe esse processo.
Abraços.
É bom colaborar.
ResponderExcluirUm forte abraço.
É um gesto lindo e eu admiro muito quem o faz. Também ajudo a divulgar essa campanha no meu blog, acho importante e necessário. Bela iniciativa, um abraço!
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