O Cinema Marginal brasileiro nasceu em 1967 com “A Margem” de Ozualdo Candeias, que fala sobre as pessoas que vivem às margens do Rio Tietê (quando ele ainda não era tão poluído) e portanto, à margem da sociedade. Em seguida veio um dos filmes mais significativos dessa fase, “O bandido da luz vermelha” de Rogério Sganzerla sobre um serial killer encarnado por Paulo Villaça e trazendo uma ponta da então estreante Sonia Braga.
Esse cinema passou a ser conhecido por “udigrudi”, uma corruptela bem tupiniquim para o cinema underground que era feito em outras partes do mundo e também por marginal por falar sempre de personagens esquecidos pelo cinema convencional, inclusive a vida de bandidos e marginais.
Primava pelo deboche com seus personagens à beira de um ataque de nervos, gritando o tempo todo (o que fazia Maria Gladys nos primeiros filmes de Julio Bressane), sempre reclamando por algo que não tinham, como comida, trabalho, amor ou qualquer outra coisa, o importante era “colocar a boca no trombone”.
Esse filão flertava também com o cinema erótico, já que nasceu quase junto com a pornochanchada e esse erotismo, mesmo que velado, buscava atrair o público às salas de cinema. Como fizeram os filmes “As libertinas” (69), “Audácia – A fúria dos desejos” (70) e principalmente “A mulher de todos” (na minha opinião, o melhor filme de Rogério Sganzerla).
Os filmes eram muito baratos e não faziam questão de disfarçar essa falta de recursos. Eram a defesa do ruim, do desprezível e do lixo e isso os tornava ainda mais marginais.
Outro filme significativo dessa época foi “Bang bang” de Andrea Tonacci, que é tão fragmentado que é difícil de decifrar, aliás isso era comum nos filmes marginais e os aproximava do cinema novo, apesar de sua semelhança ser maior com os filmes da boca do lixo, em especial as pornochanchadas, como fariam prever: “Gamal – O delírio de sexo”, “Orgia ou O homem que deu cria”, “O profeta da fome” e “Brasil ano 2000”
Um diretor que iniciou carreira no cinema marginal e prossegue fazendo o mesmo tipo de filme até hoje é Júlio Bressane, que começou em 1967 com “Cara a cara”, seguido por “O anjo nasceu” e “Matou a família e foi ao cinema”, até seu último filme, “A era do rato” em 2009. O mesmo caso de Rogério Sganzerla que seguiu fazendo filmes marginais até sua morte em 2003, com algumas homenagens nunca bem explicadas ao filme inacabado de Orson Welles, “Its all true”.
Tiveram destaque também Neville D’Almeida (Jardim de guerra), Elyseu Visconti (o interessante Os monstros de Babaloo com Wilza Carla), André Luiz de Oliveira (Meteorango Kid – O herói intergaláctico), Álvaro Guimarães (Caveira my friend), Sylvio Lanna (A sagrada família) e Geraldo Veloso (Perdidos e malditos).
Em 1973, quando alguns diretores retornaram ao Brasil depois do exílio, o cinema marginal já estava dando seus últimos suspiros, a maioria desses diretores tomou outros rumos, em direção a um cinema mais comercial e consequentemente mais lucrativo.
Esse cinema passou a ser conhecido por “udigrudi”, uma corruptela bem tupiniquim para o cinema underground que era feito em outras partes do mundo e também por marginal por falar sempre de personagens esquecidos pelo cinema convencional, inclusive a vida de bandidos e marginais.
Primava pelo deboche com seus personagens à beira de um ataque de nervos, gritando o tempo todo (o que fazia Maria Gladys nos primeiros filmes de Julio Bressane), sempre reclamando por algo que não tinham, como comida, trabalho, amor ou qualquer outra coisa, o importante era “colocar a boca no trombone”.
Esse filão flertava também com o cinema erótico, já que nasceu quase junto com a pornochanchada e esse erotismo, mesmo que velado, buscava atrair o público às salas de cinema. Como fizeram os filmes “As libertinas” (69), “Audácia – A fúria dos desejos” (70) e principalmente “A mulher de todos” (na minha opinião, o melhor filme de Rogério Sganzerla).
Os filmes eram muito baratos e não faziam questão de disfarçar essa falta de recursos. Eram a defesa do ruim, do desprezível e do lixo e isso os tornava ainda mais marginais.
Outro filme significativo dessa época foi “Bang bang” de Andrea Tonacci, que é tão fragmentado que é difícil de decifrar, aliás isso era comum nos filmes marginais e os aproximava do cinema novo, apesar de sua semelhança ser maior com os filmes da boca do lixo, em especial as pornochanchadas, como fariam prever: “Gamal – O delírio de sexo”, “Orgia ou O homem que deu cria”, “O profeta da fome” e “Brasil ano 2000”
Um diretor que iniciou carreira no cinema marginal e prossegue fazendo o mesmo tipo de filme até hoje é Júlio Bressane, que começou em 1967 com “Cara a cara”, seguido por “O anjo nasceu” e “Matou a família e foi ao cinema”, até seu último filme, “A era do rato” em 2009. O mesmo caso de Rogério Sganzerla que seguiu fazendo filmes marginais até sua morte em 2003, com algumas homenagens nunca bem explicadas ao filme inacabado de Orson Welles, “Its all true”.
Tiveram destaque também Neville D’Almeida (Jardim de guerra), Elyseu Visconti (o interessante Os monstros de Babaloo com Wilza Carla), André Luiz de Oliveira (Meteorango Kid – O herói intergaláctico), Álvaro Guimarães (Caveira my friend), Sylvio Lanna (A sagrada família) e Geraldo Veloso (Perdidos e malditos).
Em 1973, quando alguns diretores retornaram ao Brasil depois do exílio, o cinema marginal já estava dando seus últimos suspiros, a maioria desses diretores tomou outros rumos, em direção a um cinema mais comercial e consequentemente mais lucrativo.
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