Estreia na direção do ator Matheus Nachtergaele também autor da música, do argumento e do roteiro (junto com Hilton Lacerda). Matheus optou por um estilo autoral, onde quase nada é claro, tudo fico meio subentendido. O filme participou da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2008 e levou o prêmio de melhor ator para a brilhante interpretação de Daniel de Oliveira no IV Festicine Goiânia e nos Festivais do Rio e de Gramado.
É a história de Santinho (Daniel de Oliveira) que é venerado por todas os moradores ribeirinhos, que acham que ele faz milagres e se reunem anualmente para a festa da menina morta que teve suas roupas rasgadas levadas até ele por um cachorro, no dia da morte de sua mãezinha, mas seu corpo nunca foi encontradoi. Essa história é contada em partes aos moradores fervorosos. Talvez a menina tenha sido estuprada e em seguida assassinada. Já é o 20º ano da Festa em que Santino benze as pessoas e tudo gira ao seu redor.
Ele é um rapaz mimado, cheio de vontades e efeminado. Uma cena o mostra nu, mas ele parece não ter órgão genital e dorme na mesma cama que o pai (Jackson Antunes) com quem mantém um caso incestuoso. Há uma cena bastante forte de sexo entre os dois durante um banho. Já um amigo, Tadeu (Juliano Cazarré) demonstra também ser apaixonado por ele, mas nada concretizado.
Dira Paes faz uma das moradoras que leva a filha estrábica para benzer, mas tem um papel até pequeno, agora que conquistou o Brasil com a Norminha de "Caminho das Índias". Cássia Kiss é a mãe de Santinho em uma cena que parece delírio ou pode ser real. Além de Paulo José que vive um padre que pede perdão pelos seus pecados durante a festa.
No fundo é um relato sensível sobre a espiritualidade do povo brasileiro que conserva algumas crendices sem antes verificar sua autenticidade. É um filme muito bonito e forte, mas não é fácil em momento algum. Há que se ter paciência para acompanhá-lo até o fim. Algumas (ou quase todas) as cenas são lentas, com a câmera muitas vezes parada ou até longe dos personagens, mas a história é interessante, o elenco está perfeito e se você fizer um pouquinho de esforço, não vai se arrepender.
Cena da festa da menina morta |
Direção: Matheus Nachtergaele. Com: Daniel de Oliveira, Jackson Antunes, Juliano Cazarré, Dira Paes, Cássia Kiss e Paulo José. Drama, 115 min.
Sabe q ainda não assisti esse filme, curto muito cinema nacional, principalmente o que tenta fugir do mainstream. Esse filme me interessou desde seu lançamento, mas deixei passar. Vou ver se consigo assistir ainda esse ano. Abração!
ResponderExcluirTambém adoro cinema nacional, Celo. Vejo todos que consigo encontrar. Abração!
ResponderExcluirOi, Gilberto.
ResponderExcluirGosto muito do Matheus Nachtergaele. Se ele for tão bom diretor quanto é ator... Preciso conferir esse filme. Sobre cenas "lentas", isso pode estar carregado de significado. O magnífico "Lavoura Arcaica" é um exemplo.
Voltando... rs
Ligéia;
ResponderExcluirVi seu comentário e vou dizer uma coisinha para a amiga; O diretor de Lavoura Arcaica mata o espectador com sua lentidão mórbida e inacabável. As novelas que ele dirigiu na Globo não fica diferente, porém na novela este comportamente é aceitável, mas num filme, que ele alonga exageradamente e o traz com aquela lentidão de arder, termina por afastar o publico, como me afastou. Não consegui ver Lavoura Arcaica além de 10 mints. Uma lástima este diretor. Desculpe meu p.de vista ser este.
jurandir_lima@bol.com.br
Gilberto;
ResponderExcluirJá vi A Feste da Menina Morta uma vez e meia. Mas não consegui adaptar o estilo e o tema ao meu gosto. Não consegui ver tanta coisa de boa assim na fita além do trabalho de Dantas. A direção vacila e nos deixa perdidos, Jackson Antunes está detestável e o filme não nos conduz a um ponto definitivo, ficando sempre num intervalo interminável de um vai e vem e de falas abruptas e ininteligíveis. O Mateus, por ser este seu primeiro trabalho, não vai receber aqui meus parabens. Como ator excelente, mas acho que para estreia na direção deveria ter escolhido algo mais simples onde pudesse se estudar e, daqui a uns 10 anos levar esta fita para o seu governo, ou seja, somente faze-la quando estivesse adaptado à esta nova função. Dirigir não é para qualquer um somente porque ele é um bom ator. Acho que ele se perde, que não tem visão necessária para o trabalho e não é um bom diretor de atores, fazendo uma fita desconexa e que não deixa o espectador à vontade. Mas vou reve-la para ver se subtraio algo de mais positimo nela.
jurandir_lima@bol.com.br
É Jurandir, A festa da menina morta é um filme bem alternativo. Tem gente que adora e outros que odeiam.
ResponderExcluirQue bom que voltou a comentar aqui. Volte sempre. Seus comentários são muito bons.
Ligéia, que bom que voltou. Estava sentindo muito falta dos seus comentários e de sua presença tão querida. Não suma de novo!
ResponderExcluirÉ um bom filme, uma fotografia linda e atores ótimos, vale muito a pena.
ResponderExcluirEstou seguindo o blog, qd puder faça uma visitinha no meu tb www.osenhordosfilmes.blogspot.com
grande abraço
edson
Faroeste, respeito seu ponto de vista.
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