SIMPLESMENTE FELIZ

Porque não podemos ser felizes como Poppy (Sally Hawkins) a protagonista de Simplesmente Feliz? Ela é pobre, não tem namorado, trabalha como professora, tem aulas de direção com um instrutor mal humorado e aparentemente não tem nenhum motivo específico, mas mesmo assim é extremamente feliz. Porque não somos como ela e achamos tudo sem graça? Ficamos esperando por uma felicidade imensa (que é na maioria das vezes não acontece) e deixamos de dar valor às pequenas coisas e aos momentos de felicidade, mesmo que fugazes.

Mike Leigh estava mais acostumado aos dramas pesados, como Segredos e Mentiras e O segredo de Vera Drake e este é um de seus filmes mais "descomplicados". Por ele, Sally Hawkins recebeu vários prêmios, como o de melhor atriz no Festival de Berlim, o Globo de Ouro de comédia, o prêmio dos críticos de Nova York, de Boston e da National Society, mas foi esquecida pelo Oscar. Achei ela parecida com Sandra Bullock, talvez ela seja a "Miss Simpatia" inglesa.

Simplesmente feliz é um filmes que se assiste com grande prazer, mesmo sem ter propriamente um história. Ele apenas apresenta o dia-a-dia de Poppy: mostra ela na escola, os problemas com um aluno agressivo, as aulas de flamenco e de direção, a farra com as amigas, o encontro de um namorado, coisas simples mas que ela vive com grande prazer e entusiasmo, sendo ás vezes até meio chata. Sabe aquelas pessoas que conhecemos que são tão felizes que incomodam, não sei se por termos inveja delas ou por elas serem insuportáveis mesmo? Elas são como Poppy, simplesmente felizes.

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