terça-feira, 29 de novembro de 2011

OS MUSICAIS


Gene Kelly em Cantando na chuva

O cinema nasceu mudo e existiu dessa forma por mais de três décadas até o lançamento de O cantor de Jazz (1927). Todo mundo gosta de música, de cinema, ou das duas coisas e foi unir o útil ao agradável que o cinema aprendesse a “falar” através da música, já que O Cantor de Jazz era um musical. Começou-se a desenvolver um gênero que era anunciado como “Todo falado! Todo cantado! Todo dançado!”



Al Jolson em O Cantor de Jazz
 
No início, os filmes musicais eram operetas filmadas ou adaptações de peças da Broadway, como Rua 42 (1933), mas aos poucos foram adquirindo forma própria pelas mãos de Ernst Lubitsh (Alvorada do amor, 1929) e Rouben Mamoulian (Ama-me esta noite, 1932) que delinearam suas características principais: o enredo é quase sempre uma história de amor, onde os amantes (ou apaixonados) expressam seus sentimentos através do canto e da dança.



Cena de Meias de seda com Fred Astaire

O gênero foi enriquecido por talentos que são identificados até hoje pelos musicais que fizeram, como Fred Astaire (1899 – 1987) que veio dos palcos da Broadway e estreou em Amor de dançarina (1933). Ele levou para o cinema um estilo de dança elegante e canções inesquecíveis feitas especialmente para ele, como Cheek to Cheek. Depois Astaire saiu da MGM, foi para a RKO e encontrou Ginger Rogers. Estava formada uma das principais duplas da era dos musicais. Gene Kelly, cantor, ator, coreógrafo, dançarino e diretor de sucesso estreou no cinema em Idílio em Dó-ré-mi (1942) e logo se impôs pelo seu estilo atlético e sua concepção de coreografia. Com o amigo Stanley Donen revolucionou o musical ao filmar a maior parte de Um dia em Nova York (1949) em locações reais e não em estúdio. O grande triunfo dos dois viria com Cantando na chuva (1952), quiçá o musical mais famoso de todos.

Um dos produtores mais famosos foi Arthur Freed que tem no currículo O mágico de Oz (1939), Sangue de artista (1939), O pirata (1947), Cantando na chuva (1952), A roda da fortuna (1953), Meias de seda (1957), Gigi (1958) e Essa loura vale um milhão (1960).

Cena de O mágico de Oz
 Em 1961 Romeu e Julieta revolucionaram os musicais dos anos 60 no filme Amor, sublime amor, que tornou antiquadas as comédias do trio Vincent Minnelli – Gene Kelly – Stanley Donen e seus seguidores. O filme fez enorme sucesso de bilheteria e recebeu 10 Oscar.

Cena de Amor, sublime amor

O diretor Bob Fosse tentou revolucionar o gênero com sucessos bissextos como Charity, meu amor (1968), Cabaret (1972) e All that jazz – O show deve continuar (1979), onde os números de canto e dança funcionavam como um comentário da ação.


Julie Andrews em A Noviça Rebelde
 Os principais astros dos musicais foram (além dos já citados), Judy Garland (Nasce uma estrela), Bing Crosby (Alta sociedade), Barbra Streisand (Yentl), Frank Sinatra (Can-Can), Elvis Presley (porque não?), Natalie Wood (Amor, sublime amor), Carmen Miranda (Morrendo de medo), Leslie Caron (Gigi), Liza Minelli (Cabaret), Julie Andrews (A noviça rebelde), Audrey Hepburn (Bonequinha de luxo). Devo ter esquecido alguém...


Cena de Sete noivas para sete irmãos
Os meus preferidos são Sete noivas pra sete irmãos (1954), Cantando na chuva (1952), Jesus Cristo Superstar (1973), Grease – Nos tempos da brilhantina (1978) e Hair (1979), mas também são muito queridos Alô, Dolly (1969), Agora seremos felizes (1944), O pirata (1947), Sinfonia em Paris (1951) O barco das ilusões (1951), Gigi (1959), Os guarda-chuvas do amor (1964), Os reis do iê, iê, iê (1964), Mary Poppins (1964), Meias de seda (1957), My fair lady (1964), Música e lágrimas (1954), Nasce uma estrela (1954), A noviça rebelde (1964), Os embalos de sábado à noite (1977), New York, New York (1978), Fama (1980), Flashdance – Em ritmo de embalo (1983), Footloose – Ritmo louco (1984), Dirty Dancing – Ritmo quente (1987) e Rocky Horror Picture Show.




Nicole Kidman e Ewan McGregor em Moulin Rouge - O amor em vermelho

Com o tempo o sucesso foi diminuindo e os musicais foram “morrendo” aos poucos, até ressurgir pelas mãos de Bazz Luhrman em Moulin Rouge – Amor em vermelho (2001) que usava canções de sucesso para atrair o público jovem. Em seguida vieram Chicago (2002), O fantasma da Ópera (2004), a refilmagem de Hairspray (2007), Sweeney Todd (2007), Mamma Mia – O filme (2008) e Nine (2009).

Fonte de consulta: Vídeo Guia 88.


10 comentários:

  1. Gil, devo confessar que vc fez uma retrospectiva de primeira sobre o tema.

    De início, confesso que não gostava muito de musicais, mas felizmente meu gosto foi apurando, e hoje não posso deixar de prestigiar muitos deles e muitos de seus artistas inesquecíveis: Gene Kelly, Fred Astaire, Ginger Rogers, Esther Williams, Howard Kell, Sinatra, e tantos mais que deram seus talentos ao gênero.

    Abraços

    Paulo Néry
    http://www.articlesfilmesantigosclub.blogspot.com/

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  2. Adoro musicais! De "O Cantor de Jazz" até os moderninhos, vejo tudo o que posso. Gosto mesmo do gênero. Ótima postagem, que traz alguns dos melhores aqui.


    Um abraço.

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  3. Eu não gosto muito de musicais em que as falas são todas cantadas. Acho chato.Um canta e o outro responde cantando... Chega uma hora que isso cansa, sinceramente. Acho que tem que haver uma mescla.

    Cabaré é ótimo, Liza Minnelli estava no auge. O Fantasma da Ópera eu nem preciso dizer. Lindo demais. Vi no teatro também, é muito mais bonito.É todo cantado, mas trata-se de uma ópera. E eu adoro ópera. E Moulin Rouge. Perdi a conta de quantas vezes já vi esse filme. A trilha sonora é demais. Tem Elton John, Madonna, Paul McCartney, Queen... Adoro a música Your Song, que Ewan Mcgregor canta para Satine (Nicole Kidman) . Já até postei essa música no meu antigo blog. E a cena do tango então? Adoro! O que acho interessante nesse filme é que começa engraçado e termina trágico, e outra coisa interessante: o filme faz um "intertexto" com temas musicais de outros filmes. Gosto muito também de Cantando na Chuva. Essa cena do guarda chuva é antológica. De Sweeney Todd sou suspeita pra falar porque sou fanzona do Johnny Depp.

    Quando gosto muito das músicas de um filme, compro o Cd, e ouço sempre.
    Maravilhosa a ideia do post, Gilberto!

    Abração!

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  4. Antonio, também gosto muito dos musicais.

    Paulo, confesso que também tinha um pouco de preguiça com os musicais, mas depois que vi aquele especial da Globo "100 anos luz", em que um dos episódios falava só do gênero, fiquei apaixonado, mas não vejo todos, escolho os mais famosos ou clássicos.

    Luiz, já que o gênero durou bastante e seria difícil resumir em apenas um post, tentei falar principalmente dos mais conhecidos pelo público, aqueles que todo mundo adora, mesmo quem não gosta muito do gênero.

    Ligeia, quando as falas são ditas em forma de música, fica meio chato mesmo, prefiro aqueles que intercalam falas e depois músicas. Também adoro aqueles que trazem músicas da cultura pop, como Moulin Rouge, Mamma Mia (adoro Abba) e tantos outros.

    Abraços a todos e obrigado.

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  5. Has abarcado muchos musicales, la lisat es impresionante, de los últimos me sgutó Sweeney Todd, Moulin Rouge y aqunue tuvo malas críticas Nine. De lso clásicos me quedó con canatando bajo la lluvia que em pareec una obra maestra. Abrazos.

    Mario.

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  6. Has abarcado muchos musicales, excelente artículo el que has hecho, muy completo, la lista es impresionante, de los últimos musicales que he visto me gustó Sweeney Todd y es que me encanta Burton y Depp, también Moulin Rouge, Kidman es una mujer hermosa que me fascina además de ser muy buena actriz, y aunque tuvo malas críticas también me agrada Nine, Day Lewis es un gigante. De los clásicos me quedo con cantando bajo la lluvia, como dices Kelly es muy atlético en sus coreografías, la cinta me parece una obra maestra. Un abrazo.

    Mario.

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  7. Existem pessoas que não são muito fãs de musicais, porém graças aos musicais que o cinema é o que é hoje, perfeito!!!

    Post sobre livros que se transformaram em filmes... Apareça pelo blog!

    Um abraço

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  8. Obrigado Mário, também gosto muito dos musicais modernos, tanto quanto dos clássicos.

    Felipe vou dar uma olhada no teu post. Obrigado pelo comentário.

    Abraços.

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  9. Também adoro Abba, ouço sempre! (Dizem que é brega rs...)

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