terça-feira, 29 de novembro de 2011

OS MUSICAIS


Gene Kelly em Cantando na chuva

O cinema nasceu mudo e existiu dessa forma por mais de três décadas até o lançamento de O cantor de Jazz (1927). Todo mundo gosta de música, de cinema, ou das duas coisas e foi unir o útil ao agradável que o cinema aprendesse a “falar” através da música, já que O Cantor de Jazz era um musical. Começou-se a desenvolver um gênero que era anunciado como “Todo falado! Todo cantado! Todo dançado!”



Al Jolson em O Cantor de Jazz
 
No início, os filmes musicais eram operetas filmadas ou adaptações de peças da Broadway, como Rua 42 (1933), mas aos poucos foram adquirindo forma própria pelas mãos de Ernst Lubitsh (Alvorada do amor, 1929) e Rouben Mamoulian (Ama-me esta noite, 1932) que delinearam suas características principais: o enredo é quase sempre uma história de amor, onde os amantes (ou apaixonados) expressam seus sentimentos através do canto e da dança.



Cena de Meias de seda com Fred Astaire

O gênero foi enriquecido por talentos que são identificados até hoje pelos musicais que fizeram, como Fred Astaire (1899 – 1987) que veio dos palcos da Broadway e estreou em Amor de dançarina (1933). Ele levou para o cinema um estilo de dança elegante e canções inesquecíveis feitas especialmente para ele, como Cheek to Cheek. Depois Astaire saiu da MGM, foi para a RKO e encontrou Ginger Rogers. Estava formada uma das principais duplas da era dos musicais. Gene Kelly, cantor, ator, coreógrafo, dançarino e diretor de sucesso estreou no cinema em Idílio em Dó-ré-mi (1942) e logo se impôs pelo seu estilo atlético e sua concepção de coreografia. Com o amigo Stanley Donen revolucionou o musical ao filmar a maior parte de Um dia em Nova York (1949) em locações reais e não em estúdio. O grande triunfo dos dois viria com Cantando na chuva (1952), quiçá o musical mais famoso de todos.

Um dos produtores mais famosos foi Arthur Freed que tem no currículo O mágico de Oz (1939), Sangue de artista (1939), O pirata (1947), Cantando na chuva (1952), A roda da fortuna (1953), Meias de seda (1957), Gigi (1958) e Essa loura vale um milhão (1960).

Cena de O mágico de Oz
 Em 1961 Romeu e Julieta revolucionaram os musicais dos anos 60 no filme Amor, sublime amor, que tornou antiquadas as comédias do trio Vincent Minnelli – Gene Kelly – Stanley Donen e seus seguidores. O filme fez enorme sucesso de bilheteria e recebeu 10 Oscar.

Cena de Amor, sublime amor

O diretor Bob Fosse tentou revolucionar o gênero com sucessos bissextos como Charity, meu amor (1968), Cabaret (1972) e All that jazz – O show deve continuar (1979), onde os números de canto e dança funcionavam como um comentário da ação.


Julie Andrews em A Noviça Rebelde
 Os principais astros dos musicais foram (além dos já citados), Judy Garland (Nasce uma estrela), Bing Crosby (Alta sociedade), Barbra Streisand (Yentl), Frank Sinatra (Can-Can), Elvis Presley (porque não?), Natalie Wood (Amor, sublime amor), Carmen Miranda (Morrendo de medo), Leslie Caron (Gigi), Liza Minelli (Cabaret), Julie Andrews (A noviça rebelde), Audrey Hepburn (Bonequinha de luxo). Devo ter esquecido alguém...


Cena de Sete noivas para sete irmãos
Os meus preferidos são Sete noivas pra sete irmãos (1954), Cantando na chuva (1952), Jesus Cristo Superstar (1973), Grease – Nos tempos da brilhantina (1978) e Hair (1979), mas também são muito queridos Alô, Dolly (1969), Agora seremos felizes (1944), O pirata (1947), Sinfonia em Paris (1951) O barco das ilusões (1951), Gigi (1959), Os guarda-chuvas do amor (1964), Os reis do iê, iê, iê (1964), Mary Poppins (1964), Meias de seda (1957), My fair lady (1964), Música e lágrimas (1954), Nasce uma estrela (1954), A noviça rebelde (1964), Os embalos de sábado à noite (1977), New York, New York (1978), Fama (1980), Flashdance – Em ritmo de embalo (1983), Footloose – Ritmo louco (1984), Dirty Dancing – Ritmo quente (1987) e Rocky Horror Picture Show.




Nicole Kidman e Ewan McGregor em Moulin Rouge - O amor em vermelho

Com o tempo o sucesso foi diminuindo e os musicais foram “morrendo” aos poucos, até ressurgir pelas mãos de Bazz Luhrman em Moulin Rouge – Amor em vermelho (2001) que usava canções de sucesso para atrair o público jovem. Em seguida vieram Chicago (2002), O fantasma da Ópera (2004), a refilmagem de Hairspray (2007), Sweeney Todd (2007), Mamma Mia – O filme (2008) e Nine (2009).

Fonte de consulta: Vídeo Guia 88.


domingo, 27 de novembro de 2011

OS 60 ANOS DE VERA FISCHER


Vera Fischer completa hoje 60 anos de muito sucesso e também de muita polêmica.

Nasceu em Blumenau, SC em 27 de novembro de 1951. Em 1969 foi eleita Miss Brasil e em seguida começou a atuar como jurada nos programas de TV. Sua beleza chamou a atenção dos produtores de cinema, onde estreou em “Sinal vermelho: as fêmeas” (1972), fazendo em seguida “O anjo loiro” (1973), “A superfêmea” (1973), “Essa gostosa brincadeira a dois” (1973), “As delícias da vida” (1974), “As mulheres que fazem diferente” (1974), “Macho e fêmea” (1974) e “Intimidade” (1976).


Vera nos tempos de Miss Brasil

Foi a primeira musa da pornochanchada, já que fez só filmes eróticos até 1977, quando estreou na televisão, na novela “Espelho mágico”. Sofreu muito preconceito por acharem que ela era apenas um rosto bonito sem nenhum talento dramático. Depois disso não parou mais de atuar na televisão e conseguiu provar que tem talento participando de várias novelas e minisséries, como “Brilhante” (1981), “Mandala” (1987) onde viveu Jocasta e eternizou a música ‘O amor e o poder” de Rosana (ficando então conhecida como uma “deusa”) e se encontrou com seu futuro marido, Felipe Camargo – “Riacho Doce” (1990), “Perigosas Peruas” (1992), “Agosto” (1993), “Pátria minha” (1995) – quando começaram os problemas pessoais, os atrasos nas gravações, o casamento conturbado e o envolvimento com as drogas que fizeram com que ela e Felipe saíssem da novela. Depois de superar os problemas e acabar o casamento, retornou no ano seguinte em “O rei do gado” (1996), o remake fadado ao fracasso “Pecado Capital” (1998), os sucessos de “Laços de família” (2000), “O Clone” (2001) e “Caminho das Índias” (2009). Atualmente participa da série “O que as mulheres querem” da Rede Globo.
Em 2008 e 2009, lançou os livros de Memórias “Vera, a pequena Moisi” e “Um leão por dia”, onde não esconde nenhum fato de sua vida e carreira. Em 2010 participou da minissérie "Afinal, o que querem as mulheres"



No fim de agosto de 2011 internou-se voluntariamente em uma clínica de reabilitação, permanecendo ali por dois meses para tratamento de dependência química, mas esse detalhe não chamuscou em nada sua imagem, que permanece irretocável.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A MALVADA

Bette Davis

(All about Eve). Direção: Joseph L. Mankiewicz. Com: Bette Davis, Anne Baxter, George Sanders, Thelma Ritter, Celeste Holm e Marilyn Monroe. Drama, 132 min.

Um clássico indiscutível. Recordista em indicações ao Oscar (14), vencendo os de diretor, roteiro, ator coadjuvante, som e figurinos. Bette Davis e Anne Baxter foram indicadas como melhores atrizes, mas perderam.

Quem nunca assistiu ao filme, pensa que “A malvada” refere-se à personagem de Bette Davis devido à infinidade de vilãs interpretadas com maestria por ela, mas na verdade, a malvada é a personagem de Anne Baxter e o título original já indica isso: “Tudo sobre Eve”.

O filme tem início numa premiação em que Eve prepara-se para receber o prêmio de melhor atriz e um longo flashback mostra o que ela fez para chegar até ali, primeiro fingindo-se de fã e devota de Margo (Bette Davis), o uso de artimanhas para que ela faltasse a uma apresentação de sua peça e Eve pudesse substituí-la e chantageando a mulher do roteirista para conseguir o papel de protagonista na peça seguinte que lhe rende o prêmio.


No fundo é uma homenagem ao teatro. O cinema e seus astros e estrelas são citados, mas nunca vistos. O filme é sobre a arte de interpretar nos palcos, mas principalmente sobre a maldade humana e o que as pessoas são capazes de fazer para subir na vida e se apossar do que é do outro, usando de falsidade e golpes baixos. O final é bem irônico, mostrando que as coisas que fazemos, voltam para nós.

Pedro Almodóvar homenageou “A malvada” em “Tudo sobre minha mãe”, quando mãe e filho assistem uma exibição do filme na televisão e reclamam da péssima tradução que os títulos recebem para exibição nacional (o que acontece também no Brasil). Aquela história também fala sobre teatro e uma atriz famosa que passa por problemas, mas a maldade é mais discreta.

Curiosidades: A história é vagamente inspirada em um caso acontecido com Tallulah Bankhead (Um barco e nove destinos). Marilyn Monroe faz uma pontinha como uma atriz em ascensão, já dando sinais do estrelato que viria logo a seguir. O diretor Joseph L. Mankiewicz em seguida dirigiria os clássicos “De repente no último verão” (1959) e “Cleópatra” (1963), ambos com Elizabeth Taylor.

Um filme imperdível!


Anne Baxter, Bette Davis e Marilyn Monroe

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

OS WESTERNS SPAGHETTI


Giuliano Gemma
  Western Spaghetti foi o nome pejorativo que se deus aos faroestes feitos na Itália. Ele também ficou conhecido com bangue-bangue à italiana. Esse gênero se popularizou na década de 60, alcançando seu primeiro sucesso com O Dólar Furado (1965), estrelado por Giuliano Gemma. Vendo grandes oportunidades, atores americanos como Clint Eastwood e Lee Van Cleef mudaram-se para a Itália e passaram de atores coadjuvantes a astros famosos depois de participarem de vários westerns spaghetti.

 

Clint Eastwood em Por um punhado de dólares

Clint Eastwood teve sua grande chance quando o diretor Sergio Leone procurava em Hollywood um ator de prestígio e físico avantajado para estrelado Por um punhado de dólares (1964). O cachê era pequeno (US$ 15 mil), mas valeu a pena, o filme foi um sucesso e rendeu duas continuações Por alguns dólares a mais (1965) e Três homens em conflito (1966).


Lee Van Cleef
 
Lee Van Cleef participou de mais de 350 filmes para o cinema e a TV, muitos deles na Itália, com Dia da ira (1963), O dia da lei (1964), El Condor (1970), A quadrilha da fronteira (1972), A arma divina e Vendetta.


 Já Giuliano Gemma foi o maior astro do gênero. Como pistoleiro de mira certeira e munição infinita, ele fez dezenas de filmes sobre Ringo, Gringo e afins, muitos sob o pseudônimo de Montgomery Wood, como Adeus, gringo (1966), Quando as mulheres tinham rabo (1970), que parece título de pornochanchada, Dias de vingança (1970), Minha lei é matar ou morrer (1971), Dias de vingança, Sal de prata, Ringo não perdoa... mata.




Terence Hill e Bud Spencer

Mas a dupla mais engraçada dos westerns foi com certeza Terence Hill e Bud Spencer que estrelou a série Trinity, que teve grande sucesso: Assim começou Trinity (1969) e passando por Trinity é meu nome (1971), Trinity ainda é meu nome (1972), Dá-lhe duro Trinity (1973), Trinity – A colina dos homens maus (1975) e Trinity e seus companheiros (1975).

Naqueles filmes havia muita ação e violência e apesar do desprezo de grande parte da crítica, eles revelaram diretores de grande competência como Sérgio Leone, Sergio Corbucci e John Sturges.



Sergio Leone

Sérgio Leone foi o diretor mais conhecido do gênero. Dizem que ele teria ‘roubado’ a ideia do ‘homem sem nome’ (da trilogia estrelada por Clint Eastwood) de um filme de Akira Kurosawa, mas isso é só um detalhe. Dotado de um estilo particular, inovou o gênero com muita violência, mas mesmo assim com bom gosto, além de muita garra e paixão. Dirigiu Era uma vez no Oeste (1968), estrelado por Henry Fonda e Charles Bronson e a trilogia com Clint Eastwood.

Foram feitos mais de 600 filmes até 1977, mas o gênero já estava em decadência há algum tempo.

Jeffrey Hunter



Franco Nero

Cena de um western spaghetti


terça-feira, 22 de novembro de 2011

LANÇAMENTO DO DICIONÁRIO DE FILMES BRASILEIROS - CURTA E MÉDIA-METRAGEM


Antonio Leão da Silva Neto, autor dos essenciais Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa Metragem e Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro, lança amanhã a 2ª edição do Dicionário de Filmes Brasileiros – Curta e média-metragem. O livro é editado pelo IBAC – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura e tem patrocínio do FNC – Fundo Nacional da Cultura, órgão ligado à Secretaria do Audiovisual e ao Minc – Ministério da Cultura.

A nova edição contempla 22.000 filmes em todos os formatos inclusive o digital e tem 1.270 páginas. A versão anterior foi totalmente remodelada, corrigida e ampliada, foram eliminados os capítulos e o livro agora vai de A a Z. A apresentação é de Raquel Hallak, o prefácio de Francisco César Filho e a orelha da capa do crítico de cinema e diretor Alfredo Sternheim.

O lançamento acontecerá a partir das 20 horas na Escola da Cidade, Rua João General Jardim, nº 65, Vila Buarque, São Paulo, atrás da Praça da República, quase em frente à sede da Aliança Francesa.

O livro será distribuído mediante o preenchimento com os dados do solicitante.
Um lançamento muito pertinente e imperdível, principalmente por se tratar de curtas e médias-metragens que infelizmente quase não temos acesso.
Participei do lançamento da 2ª edição do Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa Metragem no Festicine de 2009. Antonio é uma pessoa muito agradável.

Informações pelo telefone (11) 3258-8108 (Escola da Cidade) ou
(11) 6944-7850 (IBAC)


Eu ao lado de Antonio Leão no Festicine Goiânia 2009

domingo, 20 de novembro de 2011

10 COISAS QUE SINTO SAUDADES


Recebi um meme do amigo Paulo Nery do blog Filmes Antigos Club Artigos (visitem!), que me pede que eu liste as 10 coisas das quais sinto saudades. Tarefa difícil, mas vamos lá:


1. Xou da Xuxa
Posso até ser crucificado por essa escolha, já que Xuxa é execrada por muitas pessoas, mas eu gosto dela. Sinto saudades de assistir o Xou da Xuxa na casa da patroa da minha mãe, quando ainda nem tínhamos televisão; do disco voador, os balões, as brincadeiras, a leitura das cartas, os shows musicais...


2. Desenhos animados
Meu maior passatempo enquanto criança era assistir aos desenhos animados exibidos na televisão: Os Smurfs, Thundercats, Caverna do Dragão, Duck tales, As tartarugas ninja, He-man, She-ra, Muppet Babies...



Taumaturgo Ferreira, Jonas Bloch e Malu Mader em Top Model
3. As novelas dos anos 80 e 90
Teve época em que eu via todas as novelas exibidas (hoje não mais) e eram tão boas. Tenho saudades de A gata comeu, Top Model, Vamp, Perigosas Peruas, Que rei sou eu?, Quatro por quatro, A viagem, Gente fina, De corpo e alma (ah, Daniela Perez!), Tieta, Rainha da sucata...

 
4. Tardes na biblioteca municipal
Sempre gostei de ler. Passava as tardes na Biblioteca Municipal escolhendo livros, folheando revistas (e porque não, recortando-as). Era quase uma rato de biblioteca, como chamam pejorativamente, mas era tão bom ser um ratinho...




5. Filmes da televisão
Antes de comprar videocassete ou mesmo DVD, minha maior diversão era assistir aos filmes exibidos na Tv aberta. Tv por assinatura ainda era um sonho. A Sessão da Tarde da Rede Globo, na época em que os filmes exibidos ainda eram imperdíveis; o Cinema em Casa do SBT; o Cine Trash da Band; o Intercine da Globo; o Cine Privê da Band (ah, meu Deus).



6. Videocassete e Som 3 em 1 de LP
As fitas gravadas no videocassete não tinham a qualidade ou a nitidez do DVD ou do Bluray, mas a minha maior diversão era gravar os filmes que passavam durante a madrugada e assistir quando pudesse ou desse. Da mesma forma era muito prazeroso ouvir os discos de vinil, geralmente comprados em sebos do centro de Goiânia, ver a “bolacha preta” rodando, a agulha, o símbolo da Som livre...

 

Meiry Vieira
7. As pornochanchadas
Só cheguei a conhecer as pornochanchadas vários anos depois que elas já tinham deixado de ser produzidas. Gosto de quase todas. Meu trabalho de conclusão de curso da especialização em Cinema e Educação foi sobre esse tema: O santo de casa que fazia milagres – O fenômeno de bilheteria da pornochanchada. Os meus atores e atrizes favoritos são David Cardoso, Helena Ramos, Carlo Mossy, Matilde Mastrangi, Aldine Muller, Ênio Gonçalves, Nuno Leal Maia, Rossana Ghessa, Nicole Puzzi, Sandra Barsotti, Adele Fátima e Meiry Vieira.
8. Tempos de escola
Sempre fui nerd, do tipo que tirava as melhores notas da sala, era odiado por causa disso, sofria bullying (como já revelei aqui), mas mesmo assim era tão bom aquele tempo em que a maior preocupação era estudar para as provas, fazer as tarefas.

 

9. Teatro infantil
Quando criança sempre tive pretensões de ser famoso. Queria ser qualquer coisa, menos uma pessoa comum. Pensei inicialmente que seria escritor e escrevi vários contos, crônicas e peças de teatro que eram representadas por mim e meus primos nos finais de semana.

 
10. Minha avó materna
Maria, a mãe da minha mãe tinha dezenas de netos, mas sempre dedicou especial atenção a todos eles, inclusive a mim que sempre achei ser o preferido, mas acho que não. Ela sabia dividir todo o amor que possuía. Infelizmente faleceu em 1990, quando eu nem tinha completado 10 anos.

Repasso para os seguintes amigos o meme, mesmo que não seja obrigatório é muito interessante:

Carla Marinho – Grupo de blogs de Cinema Clássico
M. - Sala Latina de Cinema
Hugo – Cinema - Filmes e seriados
Rodrigo – Cinema Rodrigo
Celo Silva - Um ano em 365 filmes

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A FESTA DA MENINA MORTA


Estreia na direção do ator Matheus Nachtergaele também autor da música, do argumento e do roteiro (junto com Hilton Lacerda). Matheus optou por um estilo autoral, onde quase nada é claro, tudo fico meio subentendido. O filme participou da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2008 e levou o prêmio de melhor ator para a brilhante interpretação de Daniel de Oliveira no IV Festicine Goiânia e nos Festivais do Rio e de Gramado.

É a história de Santinho (Daniel de Oliveira) que é venerado por todas os moradores ribeirinhos, que acham que ele faz milagres e se reunem anualmente para a festa da menina morta que teve suas roupas rasgadas levadas até ele por um cachorro, no dia da morte de sua mãezinha, mas seu corpo nunca foi encontradoi. Essa história é contada em partes aos moradores fervorosos. Talvez a menina tenha sido estuprada e em seguida assassinada. Já é o 20º ano da Festa em que Santino benze as pessoas e tudo gira ao seu redor.

Ele é um rapaz mimado, cheio de vontades e efeminado. Uma cena o mostra nu, mas ele parece não ter órgão genital e dorme na mesma cama que o pai (Jackson Antunes) com quem mantém um caso incestuoso. Há uma cena bastante forte de sexo entre os dois durante um banho. Já um amigo, Tadeu (Juliano Cazarré) demonstra também ser apaixonado por ele, mas nada concretizado.

Dira Paes faz uma das moradoras que leva a filha estrábica para benzer, mas tem um papel até pequeno, agora que conquistou o Brasil com a Norminha de "Caminho das Índias". Cássia Kiss é a mãe de Santinho em uma cena que parece delírio ou pode ser real. Além de Paulo José que vive um padre que pede perdão pelos seus pecados durante a festa.


No fundo é um relato sensível sobre a espiritualidade do povo brasileiro que conserva algumas crendices sem antes verificar sua autenticidade. É um filme muito bonito e forte, mas não é fácil em momento algum. Há que se ter paciência para acompanhá-lo até o fim. Algumas (ou quase todas) as cenas são lentas, com a câmera muitas vezes parada ou até longe dos personagens, mas a história é interessante, o elenco está perfeito e se você fizer um pouquinho de esforço, não vai se arrepender.



Cena da festa da menina morta

Direção: Matheus Nachtergaele. Com: Daniel de Oliveira, Jackson Antunes, Juliano Cazarré, Dira Paes, Cássia Kiss e Paulo José. Drama, 115 min.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

OS FAROESTES


Morgan Freeman e Clint Eastwood em Os Imperdoáveis
 
O Faroeste é o gênero mais “viril” do cinema (se é que se pode referir dessa forma a um gênero cinematográfico), em que os homens são corajosos e destemidos e as mulheres mais indefesas, o calor é quase insuportável, o dinheiro curto e a justiça tem que prevalecer a qualquer custo.

O Oeste era o destino para quem vivia nos Estados Unidos no século XIX e tinha problemas com a lei ou com os credores, para quem queria se aventurar em uma nova vida ou enriquecer com a corrida do ouro e o petróleo. É essa saga de pioneiros e desbravadores, bem como de bandidos e pistoleiros que é retratada nos faroestes, westerns ou simplesmente filmes de bangue-bangue como eram conhecidos inicialmente. A receita era simples: um herói solitário, geralmente lutando por justiça e resolvendo quase tudo sozinho ou com a ajuda de poucos na luta contra o ambiente ou contra os bandidos inescrupulosos.


Cena de Sete homens e um destino
 
O faroeste é um gênero americano por excelência (apesar da Itália ter se adequado tão bem com os weterns-spaghetti), povoado por mitos, valores próprios e uma maneira particular de filmagem – quase sempre em locações com amplos espaços que facilitavam as tomadas em planos abertos. O ambiente era quase tão importante quanto os heróis (como em Da terra nascem os homens, 1958). Ali aconteceram duelos emocionantes dirigidos por mestres como John Ford, Howard Hawks, Henry Hathaway e Sam Peckinpah.



Cena de Da terra nascem os homens

São temas inconfundíveis: a cidade fantasma (Céu amarelo, 1948), o homem rápido no gatilho que quer mas não consegue fugir da fama de pistoleiro (O matador, 1950), o homem que quer se impor como indivíduo, mas é impedido pela sociedade (Matar ou morrer, 1952), o homem que quer fazer justiça com as próprias mãos (Estigma da crueldade, 1958), o homem que tem contas a acertar com os índios (Rastros de ódio, 1956), os índios que cercam um forte (Forte apache, 1948), bandidos que se regeneram (Sete homens e um destino, 1960).



John Wayne

 Os astros mais conhecidos do gênero são John Wayne, Richard Widmark, Kirk Douglas, Clint Eastwood, Burt Lancaster, James Stewart, Errol Flynn, Henry Fonda, Charlton Heston, Gary Cooper, William Holden, Lee Marvin, Yul Brynner, Steve McQueen, James Coburn, Randolph Scott, Lee Van Cleef e Robert Ryan. Será que esqueci alguém?



Os meus faroestes preferidos são Matar ou morrer (1952), Os brutos também amam (1953), De volta para o futuro 3 (1990) e Quatro mulheres e um destino (1994), mas também são clássicos inesquecíveis, Buth Cassidy (1969), O diabo feito mulher (1952), Duelo de titãs (1959), Rio vermelho (1948), Era uma vez no Oeste (1969), Herança de um valente (1982), O homem que matou o facínora (1962), Meu ódio será sua herança (1969), No tempo das diligências (1939), Onde começa o inferno (1959), Onde os homens são homens (1971), Paixão dos fortes (1946), Pequeno grande homem (1970), Os profissionais (1966), Vera Cruz (1954), Rastros de ódio (1956), Sete homens e um destino (1960), Silverado (1985) e Os imperdoáveis (1993).

Fonte de consulta: Vídeo Guia 88.



John Wayne e Montgomery Clift em Rio Vermelho


Cena de Silverado


John Wayne em Rastros de Ódio


Cena de Os brutos também amam




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

TRAÍDOS PELO DESEJO


Um soldado inglês (Forest Whitaker) é sequestrado por agentes do IRA – Exército Republicano Irlandês e tem sua morte decretada. Antes que isso aconteça pede a um dos terroristas, Fergus (Stephen Rea) que procure sua namorada Dil (Jaye Davidson) e cuide dela. Ele cumpre o prometido, mas se apaixona por Dil, sem contar com o fato de que seus ex-colegas do IRA voltam a procura-lo e ameaçam o romance.

Na época do lançamento de TRAÍDOS PELO DESEJO, os produtores pediram a quem já tinha assistido que não revelassem o segredo do filme e não vou ser eu a fazer isso, mas o bom observador vai perceber pela voz de Dil (tanto a original quanto a dublada), a verdade. E quase 20 anos depois, mesmo quem não assistiu ao filme, sabe do que se trata.

Fez grande sucesso e causou muita polêmica esse vencedor do Oscar de roteiro original e que teve cinco outras indicações: Ator: Stephen Rea (que participou de quase todos os filmes de Neil Jordan), Coadjuvante: Jaye Davidson (que depois desse, só fez Stargate), além de montagem, Diretor e Filme.

Jordan realizou um sensível filme sobre aceitação, amor, desejo e remorso, onde o cunho político é usado apenas para contar essa história de amor anti-convencional que merece ser do conhecimento de todos.


Direção: Neil Jordan. Com: Stephen Rea, Miranda Richardson, Jaye Davidson, Forest Whitaker e Jim Broadbent. Drama, 112 min.



sábado, 12 de novembro de 2011

PREMONIÇÕES


Sandra Bullock era uma grande fã da série Nip/Tuck, por isso deu um jeito de fazer filmes ao lado dos dois protagonistas da série médica, sempre vivendo a esposa. Foi assim com Dylan Walsh em A casa do lago (2006) e depois com Julian MacMahon em Premonições (2007), mas mesmo assim não chegou a participar de nenhum episódio.


Em Premonições, Sandra vive Linda, uma mulher casada e com duas filhas que está infeliz no casamento e entra em choque quando recebe a notícia que o marido (Julian MacMahon) morreu em um acidente automobilístico. Porém no dia seguinte quando ela acorda, ele ainda está vivo, mas no outro dia está morto e precisa ser sepultado. Parece complicado e na verdade, no início é mesmo. Só com o tempo é que começamos a entender o que está acontecendo, ou pelo menos presumir. A protagonista poderia estar delirando ou mesmo enlouquecendo, ou quem sabe ela pode ser a mais sensata de todos, o que é o mais provável. De qualquer forma, entre essas idas e vindas no tempo ela vai conseguindo revolver seus problemas familiares e conjugais num grande quebra-cabeças que só conseguimos terminar de montar ao final e nem temos a certeza se está totalmente correto.

Um show de edição e um roteiro hipnotizante valorizado pela presença sempre agradável e “gostável” de Sandra Bullock. Como ela, eu também sou fã de Nip/Tuck (pena que acabou) e dos dois protagonistas e acompanho suas carreiras. Julian MacMahon participou esse ano do também interessante Visões de um crime ao lado de Milla Jovovich.

Julian MacMahon e Dylan Walsh