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O filme mais convencional do diretor pernambucano Heitor Dhalia de Nina (2004) e O cheiro do ralo (2006), que falavam de personagens mais obscuros e revoltados com a situação vigente.
À deriva é a expressão ideal para descrever a situação desses personagens perdidos em seus sentimentos. A menina Filipa (Laura Neiva descoberta por um perfil do Orkut) tem sentimentos incestuosos por seu pai, Mathias (o francês Vincent Cassel de “Irreversível”) e consequentemente uma certa raiva da mãe que é alcoólatra (Déborah Bloch de “A ostra e o vento”). No meio disso tudo, tem que lidar com suas descobertas amorosas e sexuais e a revelação que seu pai está tendo um caso com uma americana (Camille Belle) e com a decisão de seus pais de se separar.
É um filme bastante sensível e intimista que foi aplaudido na mostra “Um certo olhar” do Festival de Cannes e fala de um tema universal, a família e dos problemas pelos quais todas passam; fala da dor causada quando o amor do casal acaba e do sofrimento dos filhos com a separação.
Vincent Cassel fala bem o português. Ele foi escolhido por Heitor durante o carnaval em que esteve no Brasil com Mônica Belluci. Apesar dele e da americana Camille Belle, este é um filme totalmente brasileiro e não uma co-produção como aparenta. Cauã Reymond faz apenas uma participação especial como um barman, enquanto Déborah Bloch dá um show de interpretação como a dúbia e sofrida esposa.
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Download do filme À Deriva
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