quarta-feira, 6 de junho de 2012

AS TRÊS DIMENSÕES DA SÍNDROME DE BURNOUT



A Síndrome de Burnout é composta por três dimensões:

Exaustão Emocional – Situação em que o trabalhador percebe que sua energia e seus recursos emocionais se esgotaram devido ao contato direto e intenso com os problemas no seu local de trabalho. Ele sente que não pode doar mais de si mesmo a nível afetivo, pois já não possui forças para efetuar tal esforço. É o esgotamento que gera a falta de vontade de fazer qualquer coisa.

Despersonalização – O trabalhador desenvolve atitudes negativas em relação ao seu trabalho e passa a ser insensível com as pessoas, agindo como se elas fossem objetos. Passa a não se importar realmente com o sentimento dos outros, usa de cinismo e ironia, acha todos chatos e que seus problemas não têm importância. A despersonalização é uma barreira criada pelo indivíduo com a intenção de se proteger do contato com os demais. Ele acha que se não se envolver com os problemas dos outros, não vai sofrer, mas é exatamente o que acontece.

Baixa realização pessoal no trabalho – O indivíduo não se sente realizado com o trabalho que executa. Acha que poderia ser mais feliz se tivesse escolhido fazer outra coisa. Sente-se incompetente, desmotivado, com baixa auto-estima e às vezes com vontade de abandonar o emprego.


O Maslach Burnout Inventory (MBI) foi criado em 1981 pela Professora de Psicologia da Califórnia, Christina Maslach, juntamente com Susan Jackson. Elas lançaram três edições desse instrumento: em 1981, 1986 e 1996, esta última com a colaboração de Michael P. Leiter, professor de Psicologia da Universidade de Acádia, Nova Escócia, Canadá. Esse inventário é composto por 22 itens relacionados às três dimensões da síndrome: 09 sobre Exaustão Emocional, como por exemplo, “Eu me sinto emocionalmente exausto pelo meu trabalho”, 05 itens relacionados à Despersonalização, como “Eu sinto que me tornei mais insensível com as pessoas desde que comecei este trabalho” e 08 itens sobre Baixa realização pessoal no trabalho, como exemplo “Eu tenho realizado muitas coisas importantes neste trabalho”. Os indivíduos com alta pontuação em exaustão emocional e despersonalização e baixa pontuação em realização pessoal no trabalho têm alto nível da Síndrome de Burnout.

O MBI possui quatro versões, a HSS – Human Services Survey, destinada aos profissionais dos serviços humanos, incluindo aí os trabalhadores da área da saúde; a ED – Educators Survey para os professores e demais funcionários das escolas; a GS – General Survey, indicado aos demais trabalhadores (BENEVIDES-PEREIRA, 2002) e a SS – Student Survey, para os estudantes. A diferença entre as versões é a terminologia para a pessoa que recebe os serviços. Na HSS, “cliente”, na ED, “aluno”, na GS “pessoa” e na SS “estudos”, sendo que as duas primeiras possuem 22 itens, o GS tem 16 e o SS, 15 itens.

A Síndrome de Burnout se instala no trabalhador silenciosamente e vai se agravando aos poucos com uma sensação de mal-estar físico e mental e avaliação negativa de si e dos outros. Quando o indivíduo percebe, o mal já fez morada em seu corpo, por isso é preciso ficar atento aos mínimos detalhes sobre como ele vem realizando seu trabalho, já que é mais fácil prevenir que lutar contra um problema já instalado.


3 comentários:

  1. E eu que não sabia nada sobre esta doença... Gracias Gilberto.

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  2. Muito completa e informativa sua postagem, Gilberto. os problemas geralmente são assim mesmo, começam pequenos e quando não tratados, tornam proporções absurdas. Um abraço!

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  3. Intuitivamente eu sabia que estava somatizando a insatisfação no trabalho.
    Aspectos da minha vida pessoal estavam sendo influenciados por isso também.
    Durante um tempo que durou quase um ano, com apoio e muito diálogo com minha esposa, fui preparando a minha demissão e pensando bem no que fazer a seguir.
    Passados cinco ou seis anos, minha saúde melhorou muito e me julgo uma pessoa melhor.
    Ganho menos (dinheiro), confesso que não vivemos tão a vontade, mas levanto-me para o trabalho com a sensação que mesmo que não me pagassem eu iria na mesma, porque muita gente precisa dos meus serviços e eu realmente posso ajudá-los.
    Mauro CFB, 48 anos.

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