A Síndrome de Burnout é composta por três dimensões:
Exaustão
Emocional – Situação em que o
trabalhador percebe que sua energia e seus recursos emocionais se esgotaram devido
ao contato direto e intenso com os problemas no seu local de trabalho. Ele
sente que não pode doar mais de si mesmo a nível afetivo, pois já não possui
forças para efetuar tal esforço. É o esgotamento que gera a falta de vontade de
fazer qualquer coisa.
Despersonalização – O trabalhador desenvolve atitudes negativas em
relação ao seu trabalho e passa a ser insensível com as pessoas, agindo como se
elas fossem objetos. Passa a não se importar realmente com o sentimento dos
outros, usa de cinismo e ironia, acha todos chatos e que seus problemas não têm
importância. A despersonalização é uma barreira criada pelo indivíduo com a
intenção de se proteger do contato com os demais. Ele acha que se não se
envolver com os problemas dos outros, não vai sofrer, mas é exatamente o que
acontece.
Baixa realização
pessoal no trabalho – O indivíduo
não se sente realizado com o trabalho que executa. Acha que poderia ser mais
feliz se tivesse escolhido fazer outra coisa. Sente-se incompetente,
desmotivado, com baixa auto-estima e às vezes com vontade de abandonar o
emprego.
O Maslach
Burnout Inventory (MBI) foi criado em 1981 pela Professora de Psicologia da
Califórnia, Christina Maslach, juntamente com Susan Jackson. Elas lançaram três
edições desse instrumento: em 1981, 1986 e 1996, esta última com a colaboração
de Michael P. Leiter, professor de Psicologia da Universidade de Acádia, Nova
Escócia, Canadá. Esse inventário é composto por 22 itens relacionados às três
dimensões da síndrome: 09 sobre Exaustão Emocional, como por exemplo, “Eu me
sinto emocionalmente exausto pelo meu trabalho”, 05 itens relacionados à
Despersonalização, como “Eu sinto que me tornei mais insensível com as pessoas
desde que comecei este trabalho” e 08 itens sobre Baixa realização pessoal no
trabalho, como exemplo “Eu tenho realizado muitas coisas importantes neste
trabalho”. Os indivíduos com alta pontuação em exaustão emocional e despersonalização
e baixa pontuação em realização pessoal no trabalho têm alto nível da Síndrome
de Burnout.
O MBI possui quatro versões, a HSS – Human Services Survey, destinada aos
profissionais dos serviços humanos, incluindo aí os trabalhadores da área da
saúde; a ED – Educators Survey para
os professores e demais funcionários das escolas; a GS – General Survey, indicado aos demais trabalhadores (BENEVIDES-PEREIRA,
2002) e a SS – Student Survey, para
os estudantes. A diferença entre as versões é a terminologia para a pessoa que
recebe os serviços. Na HSS, “cliente”, na ED, “aluno”, na GS “pessoa” e na SS
“estudos”, sendo que as duas primeiras possuem 22 itens, o GS tem 16 e o SS, 15
itens.
A Síndrome de Burnout
se instala no trabalhador silenciosamente e vai se agravando aos poucos com uma
sensação de mal-estar físico e mental e avaliação negativa de si e dos outros.
Quando o indivíduo percebe, o mal já fez morada em seu corpo, por isso é
preciso ficar atento aos mínimos detalhes sobre como ele vem realizando seu
trabalho, já que é mais fácil prevenir que lutar contra um problema já
instalado.
E eu que não sabia nada sobre esta doença... Gracias Gilberto.
ResponderExcluirMuito completa e informativa sua postagem, Gilberto. os problemas geralmente são assim mesmo, começam pequenos e quando não tratados, tornam proporções absurdas. Um abraço!
ResponderExcluirIntuitivamente eu sabia que estava somatizando a insatisfação no trabalho.
ResponderExcluirAspectos da minha vida pessoal estavam sendo influenciados por isso também.
Durante um tempo que durou quase um ano, com apoio e muito diálogo com minha esposa, fui preparando a minha demissão e pensando bem no que fazer a seguir.
Passados cinco ou seis anos, minha saúde melhorou muito e me julgo uma pessoa melhor.
Ganho menos (dinheiro), confesso que não vivemos tão a vontade, mas levanto-me para o trabalho com a sensação que mesmo que não me pagassem eu iria na mesma, porque muita gente precisa dos meus serviços e eu realmente posso ajudá-los.
Mauro CFB, 48 anos.