Comentei com uma amiga que não gosto muito dos filmes do Júlio Bressane. Ela concordou comigo e disse que o único que havia gostado foi este, Tabu. Então decidi assitir também e qual não foi minha surpresa quando descobri que não é muito diferente dos demais filmes dele.
Bressane tem um estilo muito pessoal e alternativo, não muito indicado ao grande público. Alguns de seus filmes nem fizeram carreira comercial. Estreou na direção em 1967 com "Cara a cara". Nenhum de seus filmes faz muito sentido, por isso para entender melhor é bom ler a sinopse em algum guia ou dicionário de cinema. Há sempre cenas de sexo e nudez, mesmo que elas não tenham muita coisa a ver com a história. Como aqui onde foram inseridas cenas de filmes pornográficos antigos que são a melhor coisa do filme. Em uma cena, Norma Bengell toca no membro de um ator, lembrando os filmes pornôs nacionais dos anos 80 (dos quais ela não participou) que estavam começando por aqui em 1982. Uma cena meio chocante, mesmo para quem protagonizou o primeiro nu frontal do cinema brasileiro.
A história (?) traz um encontro imaginário entre Lamartine Babo e Oswald de Andrade, com a presença de Isadora Duncan, Manuel Bandeira, Chico Alves e Mário Reis. Caetano Veloso canta marchinhas de carnaval o tempo todo, intercalando com a voz do verdadeiro Lamartine Babo que no início canta "Isto é lá com Santo Antonio", que também foi gravada pela diva Carmem Miranda.
Apesar de estar disposto a gostar, não achei muita graça. Já assisti a nove filmes do Bressane e não gostei especialmente de nenhum deles. Os que mais me chamaram a atenção, foram "O anjo nasceu" e "Filme de amor" (que também traz cenas de filmes pornográficos antigos). Alguns de seus filmes são quase insuportáveis, como "Brás Cubas" (1986) e "Dias de Nietzsche em Turim" (2002), mas ele continua dirigindo com o mesmo experimentalismo. Talvez seja mesmo um TABU gostar de Júlio Bressane.
Direção: Júlio Bressane. Com: Caetano Veloso, Colé Santana, José Lewgoy, Norma Bengell, Mário Gomes, Mariana de Morais e Suzana de Morais. 85 min.
Não é esse que dirigiu "Matou a familia e foi ao cinema"(o primeiro)?Só pelo título percebe se sua esquisitice.
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