Em 1988, o diretor polonês Krzysztof Kiéslowski realizou uma das mini-séries de TV mais famosas de todos os tempos, O DECÁLOGO, com 10 episódios de 50 minutos cada, baseados nos mandamentos da lei de Deus. Foi laureado no 46º Festival de Veneza e se tornou uma obra prima e consagrou o diretor internacionalmente. Dois desses episódios foram estendidos e lançados nos cinemas, este e “Não matarás” no ano seguinte.
Não Amarás representa o 6º mandamento “Não pecar contra a castidade”. É a história de um rapaz de 19 anos, virgem que trabalha como carteiro e é apaixonado por uma mulher mais velha que mora no prédio em frente ao seu, mas como não tem coragem de se declarar, fica espionando sua amada por um binóculo até que deixa claro seu amor.
O filme mostra de uma maneira singela e bastante sensível, os mecanismos da paixão. O garoto esnobado pela mulher mais velha, que aos poucos vai ficando encantada com todo aquele amor e acaba se apaixonando também. A situação se complica com uma tentativa de suicídio, quando ela percebe que pode ter colocado tudo a perder. É muito bonita a cena em que ela literalmente chora sobre o leite derramado.
Há muitos silêncios nessa história introspectiva. Em um momento, a dona do apartamento em que o rapaz mora, lhe explica porque as pessoas choram e sofrem. A última cena deixa um fio de esperança, apesar de parecer uma alucinação.
O título original Krótki film o milosci, quer dizer “Um pequeno filme sobre o amor” e é na verdade um belo filme de amor não correspondido, ou mais que isso, um amor correspondido que não dá certo.
Descubra o mais rápido possível esse filme, bem como o violento e belo “Não matarás”, a mini-série que deu origem a eles e a trilogia das cores de Kiéslowski, em especial “A liberdade é azul” e “A fraternidade é vermelha” que são primorosos.
Direção: Krzysztof Kiéslowski. Com: Grazyna Szapolowska, Olaf Lubaszenko, Drama, 82 min.
Maravilha de filme, Gilberto. Inesquecível.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
A Trilogia das Cores e os dois longas citados ("Não Amarás" e "Não Matarás") são sensacionais.
ResponderExcluirEstes dois filmes além do ótimo roteiro, ainda mostram a Varsóvia dos anos oitenta como um cidade cinzenta e triste.
Abraço
Muito bom, Gilberto, irei conferi-lo, sim. As fotos e o texto estão bem relacionadas.
ResponderExcluirBelo filme, mas ainda prefiro o duro "Não Matarás". Excelentes lembranças deste que foi um dos maiores diretores europeus. Meu favorito ainda é "A Liberdade é Azul". Meu abraço e apareça: tem Cinema nos Morcegos!
ResponderExcluirComo é gratificante saber que existem pessoas como você no mundo. Acabei de conhecer o blog e já estou indicando a amigos também cinéfilos. O ar que respiramos é o Cinema.
ResponderExcluirAbraços
Marcos Gimenes - Jacareí - SP
Obrigado pelos comentários, Antonio, Hugo, Maxwell e Dilberto.
ResponderExcluirMarcos, agradeço os elogios. Tomara que continue sempre visitando o blog e deixando comentários, pois são eles que me motivam a continuar escrevendo.
Abraços a todos.