terça-feira, 20 de março de 2012

SEXO POR COMPAIXÃO


Direção: Laura Mañá. Com: Elizabeth Margoni, Alex Ângulo, Pilar Barden, Juan Carlos Colombo, Mariola Fuentes, José Sancho. Drama. 108 min.

SEXO POR COMPAIXÃO mostra que o ato sexual pode trazer de volta a felicidade e a vida a uma cidade quase abandonada do México. Dolores (Elizabeth Margoni) é uma mulher muito caridosa e sempre pronta a fazer o bem a todos: visita uma menina muda e uma velha acamada, faz companhia a uma vaca e por causa de toda essa bondade, é abandonada pelo marido, Manolo (José Sancho). Mostra uma incapacidade latente em pecar até que um homem traído pela mulher e um virgem de 40 anos lhe pedem ajuda para resolver seus problemas. A partir desses fatos, todos os homens da vila passam a procurá-la e os ajuda. O que poderia ser um empecilho quando as outras mulheres descobrem o fato, se torna um incentivo, já que seus maridos estão mais amorosos e felizes.

A fotografia alterna cor e preto e branco. Na parte inicial, quando toda todos estão infelizes é em preto e branco e parece que os personagens enxergam assim também, mas quando eles ficam felizes, tudo se torna colorido e isso também é percebido por todos.

É muito bom assistir a filmes de diversas nacionalidades, pois só assim se pode descobrir pérolas como essa. Uma história muito sensível e tocante sobre o que a a falta de amor e a solidão podem fazer com a vida das pessoas. Mas também sobre a hipocrisia, as qualidades e defeitos de todo ser humano e as coisas que pensamos e queremos, mas não falamos, deixando assim, o problema sem solução.

Trata-se de um filme mexicano, país do qual não tive a oportunidade de assistir a muitas películas. Lembro-me de O CRIME DO PADRE AMARO com Gael Garcia Bernal, a co-produção México/Brasil SÓ DEUS SABE e DESERTO INTERIOR. Apesar de ser mexicano, não tem nada de dramalhão. Fala sobre coisas comuns a todos e apesar de triste na maior parte do tempo, tem um acalanto enorme de esperança.

Uma das cenas que achei mais bonita e chequei a me emocionar, é quando Floren (ajudante de Dolores no bar) se declara a seu amado Pepe, depois de muito tempo de repressão, cantando a música tema do filme, que transmite toda a sua essência:


“Cada silêncio que você me dá
Cada momento sem seu amor
É como um grito nas minhas veias
No vazio em que eu estou
Você é a água deste mar
Você volta, volta sempre
Me intoxicando com sua brisa
Acariciando-me sem o saber
Eu tenho a chuva que você me dá
Eu sinto seus olhos tatuando a minha pele
Tendo sua luz perto de mim.”

Altamente recomendado!



2 comentários:

  1. Gilberto;

    Acompanhei o cinema mexicano nos meus idos anos de adolescente, lá pelo final de 50 e entrando 60, quando os filmes de outros centros ainda passavam em nosso circuito, aqui em Salvador.

    Mas eles quase que desapareceram. E ficamos na saudade.
    Porém, bom amigo, vi filmes muito bons como, por exemplo; A Flecha Envenenada, Diana a Caçadora, entre mais umas dezenas.

    Não assisti ao filme em pauta, que me parece, deveras, delicioso. Mas vou correr atrás para tentar vê-lo.

    Mas vou dar um conselho ao amigo; corra e procure por O Pecado do Padre Amaro. Eu o vi e vos indico e afirmo; é uma beleza!
    jurandir_lima@bol.com.br

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  2. Caro Jurandir, com certeza o cinema mexicano tem muitos filmes imperdíveis. O filme citado por você (O crime do padre Amaro) é muito bom, além de ter revelado ao mundo o talento de Gael Garcia Bernal.

    Abraços

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