Ingmar Bergman arquitetou com “Sonata de Outono” um profundo estudo sobre as delicadas relações familiares, o que, aliás, ele sempre fez em seus filmes, mas na maioria das vezes entre casais com problemas matrimonias e aqui entre mãe e filha.
Charlote, uma pianista famosa (Ingrid Bergman, que apesar do sobrenome não era parente do diretor) visita a filha tímida e deprimida, Eva, (Liv Ullman) no interior da Noruega. Esse encontro provoca uma erupção de rancores, remorsos e cobranças do passado.
As duas atrizes estão em cena o tempo inteiro e duelam num show de interpretação trocando acusações, inclusive em relação a uma outra filha que tem uma doença mental incurável, Helena (Lena Nyman), que teria sido provocada por Charlote. Eva agora cuida de Helena, que antes estava internada em um asilo.
A mãe demonstra uma frieza impressionante em relação às filhas, parece ter nojo de Helena e se pergunta porque ela não morre logo e não se mostra tão diferente em relação à Eva. Toda a sua vida sempre esteve focada em sua carreira de pianista e a família ficava em último plano.
A trilha sonora é formada por música clássica: Chopin, Bach e Schumann. Chega a ser doloroso acompanhar essa reflexão familiar, mas não se consegue nem piscar os olhos durante esse filme brilhante, o que era comum na obra de Bergman.
Direção: Ingmar Bergman. Com: Ingrid Bergman, Liv Ullman, Lena Nyman, Gunnar Björnstrand e Linn Ullman. Drama, 92 min.
Bergman: um gênio a ser louvado sempre em suas invasões familiares e em suas devassas nas relações humanas, sempre sutil,sempre perfeito... Abraço e apareça, meu caro!
ResponderExcluirUma obra-prima. A Liv está maravilhosa, mar Ingmar e Ingrid são as grandes estrelas desse drama. Que bom que fizeram esse trabalho juntos! Ingrid fechou a carreira com chave de ouro.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Valorizo quem goste, pois trata-se de um cinema diferente, com sequencias diferentes, com diálogos diferentes, com historia diferentes, mas que reconheço serem fitas até muito boas.
ResponderExcluirO que ocorre é que não sinto atração pelo cinema de Bergman. Daí ter visto um ou dois e nunca mais o busquei em outras películas, pois já antevia seu clímax, assim como sua forma de desenrolar os filmes.
jurandir_lima@bol.com.br
Pretendo escrever sobre ele também em breve...
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